sábado, 13 de abril de 2013

SUPERFATURADOS?


Estádios da Copa das Confederações custam 65% mais que o previsto. 

A segunda maior variação de preço foi a do estádio do Mineirão, que custou 63% mais caro que os R$ 426,1 milhões previstos

Os seis estádios que serão usados para a Copa das Confederações custaram 65% mais que o valor previsto em 2010. Segundo informações do obtidas por meio do Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU), as maiores variações ocorreram na Fonte Nova (Salvador), Mineirão (Belo Horizonte), Maracanã (Rio de Janeiro) e Estádio Nacional (Brasília). 

Inaugurado no final de semana, o estádio mais caro é o da Fonte Nova. A construção custou R$ 591,7 milhões, mas soma-se a isso o valor de contrapartida exigida pelo consórcio que administrará o local. São R$ 103,7 milhões, por 15 anos, que fazem com que o custo final chegue a R$ 2,2 bilhões, um incremento de 272% em relação ao previsto na matriz de responsabilidade assinada em 2010. Em 2011 o Tribunal de Contas da União (TCU) criticou o modelo de negócio escolhido apontando a contrapartida como longa e cara.
A segunda maior variação de preço foi a do estádio do Mineirão, que custou 63% mais caro que os R$ 426,1 milhões previstos. As alegações para o aumento de preço são de que o valorinicial seria apenas uma estimativa que não contemplava as exigências feitas pela Fifa. O estádio foi inaugurado no dia 3 de fevereiro e sofreu várias críticas por problemas de logística, organização e espaço para os torcedores.
No Rio de Janeiro, a reforma do Maracanã fica em terceiro lugar no aumento de orçamento. O valor subiu de R$ 600 milhões para R$ 882,9 milhões, segundo consta no Portal da Transparência, uma elevação de 47%. A entrega da obra foi adiada várias vezes e a inauguração está prevista para o dia 27 de abril.
O Estádio Nacional, de Brasília, cuja entrega está prevista para o dia 21 de abril teve aumento de 36% em seu orçamento. O valor previsto em 2010 era de R$ 745,3 milhões, mas o custo final foi de pouco mais de R$ 1 bilhão. O relatório elaborado pelo TCU em 2011 alertou para o risco do estádio se tornar um "elefante branco", ou seja, um grande gastopara pouco uso efetivo. A alternativa encontrada pelas autoridades seria o uso do local como arena multiuso, recebendo shows, eventos e espetáculos.
Economia
Mas nem em todos os casos o orçamento foi extrapolado. Os dois exemplos de economia vieram do Nordeste. A Arena Pernambuco (Recife) custou 6% menos que o previsto inicialmente, baixou de R$ 529,5 milhões, para R$ 500,2 milhões. Mas a maior economia ocorreu no Castelão (Fortaleza) onde foi gasto 17% menos que os R$ 623 milhões orçados em 2010, fechando a obra em R$ 518,6 milhões.
Apesar da variação dos valores e das colocações feitas pelo TCU, em 2011, o governo considera que todos os gastos foram explicados de forma satisfatória, como afirmou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em sua última passagem por Porto Alegre, onde conferiu o andamento das obras do estádio Beira-Rio.
No caso dos estádios utilizados na Copa das Confederações, todas as obras são de responsabilidade dos governos estaduais, com financiamento médio de 40% do valor total da obra pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), cujo recurso é público.
Veja a mudança no custo dos estádios:
ESTÁDIO CUSTO ORIGINAL CUSTO FINAL AUMENTO
Mineirão (Belo Horizonte) R$ 426,1 milhões R$ 695 milhões 63%
Arena Pernambuco (Recife) R$ 529,5 milhões R$ 500,2 milhões -6%
Castelão (Fortaleza) R$ 623 milhões R$ 518,6 milhões -17%
Estádio Nacional (Brasília) R$ 745,3 milhões R$ 1,015 bilhão 36%
Fonte Nova (Salvador) R$ 591,7 milhões R$ 2,201 bilhões 272%
Maracanã (Rio de Janeiro) R$ 600 milhões R$ 882,9 milhões 47%
Total: R$ 3,515 bilhões R$ 5,812 bilhões 65%
Jornal do Brasil
c/adaptações
@aroldorenovato

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