domingo, 15 de maio de 2016

TEMENDO

Usuários do Bolsa Família estão inquietos com próximos passos de Temer

O programa terá de sobreviver em um ministério formado por detratores do subsídio

Faz cinco meses que Bartolomeu Brito Franca, um operário desempregado de 45 anos, vive do salário de 1.000 reais de sua mulher. O casal tem uma filha de quatro anos e vive em uma casa de tijolos em Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, que fica a mais de uma hora de ônibus do centro da cidade. A família é uma das 13 milhões de beneficiárias do Bolsa Família, um programa que oferece de 77 a336 reais aos mais pobres em troca de que suas crianças estejam matriculadas na escola. Em números absolutos, 47 milhões de pessoas, ou cerca de 25% da população brasileira, se beneficiam do programa. Há três anos Bartolomeu recebe 112 reais por mês, uma quantia que não resolve seus problemas financeiros, mas paga os sapatos e as roupas da pequena Beatriz.

Faz cinco meses que Bartolomeu Brito Franca, um operário desempregado de 45 anos, vive do salário de 1.000 reais de sua mulher. O casal tem uma filha de quatro anos e vive em uma casa de tijolos em Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, que fica a mais de uma hora de ônibus do centro da cidade. A família é uma das 13 milhões de beneficiárias do Bolsa Família, um programa que oferece de 77 a336 reais aos mais pobres em troca de que suas crianças estejam matriculadas na escola. Em números absolutos, 47 milhões de pessoas, ou cerca de 25% da população brasileira, se beneficiam do programa. Há três anos Bartolomeu recebe 112 reais por mês, uma quantia que não resolve seus problemas financeiros, mas paga os sapatos e as roupas da pequena Beatriz.

Eleitor do Partido dos Trabalhadores (PT), a sigla de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, que tirou mais de 30 milhões de brasileiros da pobreza – com ajuda, entre outras coisas, do Bolsa Família – Bartolomeu agora teme perder seu benefício: “Sem esse dinheiro passaríamos por ainda mais dificuldades”.
Em São Paulo, a capital econômica do país e segundo Estado em número de beneficiários depois da Bahia, o Bolsa Família funciona mais como um complemento de renda. Mas na região Nordeste –muito mais deprimida e rural– o programa é responsável por trazer um prato de comida à mesa, que antes do benefício custava a chegar. A realidade no nicho eleitoral do PT é que, apesar das possíveis fraudes, há famílias que passam fome, vivem em casas de barro construídas em terrenos baldios em regiões isoladas do sertão, e seu único sustento é o Bolsa Família.
Na periferia paulistana ele também tirou gente do aperto. “O programa chegou num momento muito difícil da minha vida, quando eu não tinha um real para comprar pão”, lembra Valéria da Silva, eleitora do PT, mãe de três filhas com idades entre 16 e 27 anos e uma das primeiras beneficiárias desde 2003. “Foi um presente, eu valorizo muito e sou muito grata por isso. Minha situação melhorou ao longo dos anos, mas ainda assim eu preciso”, completa a educadora, que dá seus 112 reais para a filha mais nova.
Vilma Gomes, mãe solteira de uma menina de 12 anos, reduz seu discurso a algumas frases que de alguma forma refletem a sensação de seus vizinhos: “Já votei muito no PT e não confio mais neles. Para nós, Temer é mais um, para os pobres nunca muda nada”.
Fonte: El País

TAXAÇÃO DE RICOS

Há margem enorme para taxação de ricos no Brasil, diz diretor do FMI

Para Otaviano Canuto é possível reduzir o problema da sonegação fiscal

Para o diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil e outros dez países, Otaviano Canuto, há "margens enormes" para reduzir a sonegação fiscal no país e ampliar os impostos sobre heranças, imóveis e a renda dos brasileiros mais ricos.
"O problema da evasão fiscal e da arbitragem dos sistemas tributários é um drama universal. A configuração mais justa nem sempre é a mais eficaz, porque a tributação sobre alguns segmentos é facilmente evasada. É um problema enfrentado desde os membros União Europeia e que também afeta o Brasil. Ainda assim, há margens enormes", disse Canuto em entrevista à BBC Brasil.
Ele exemplificou com a tributação sobre o patrimônio imobiliário. "É justificável na medida em que o patrimônio físico de casas, terrenos, às vezes se valoriza sem que haja nenhum mérito por isso", afirmou Canuto. "Além disso, esses tipos de taxações são de evasão mais difícil. São casos óbvios em que a tributação maior é justificável pela eficácia e por razões de equidade. Também tem que haver maior taxação sobre a renda dos mais ricos, fechando os buracos através dos quais eles possam evitar ter suas rendas classificadas assim", acrescentou.
O diretor do FMI disse que acrditar que haja disposição política para aprovar a taxação de grandes fortunas, principalmente por conta da pressão popular. "A expressão da classe média baixa, dos segmentos abaixo do topo da pirâmide veio para as ruas no sentido figurado e não volta para dentro de casa", afirmou.
Questionado sobre o legado dos governo do PT, o diretor do FMI citou o Bolsa Família como exemplo de sucesso e a "baixíssimo custo" como programa eficaz de combate à pobreza. "Isso é uma lição fundamental por conta dos diversos efeitos secundários que programas desse tipo trazem, como o empoderamento das mulheres e dos pobres. São um baita avanço em relação a todos os tipos de políticas sociais do passado e vieram para ficar", afirmou.  
Brasil 247 com BBC Brasil
Fonte: WScom

JÁ?

OAB critica nomeação e defende saída de ministros investigados na Lava Jato

15/05/2016
Brasília - O presidente da OAB, Cláudio Pacheco Prates Lamachia, durante coletiva fala sobre o senador Delcídio do Amaral (Valter Campanato/Agência Brasil)
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, criticou a nomeação de ministros investigados ou citados na Operação Lava Jato pelo presidente interino, Michel Temer, e disse que poderá avaliar o uso de instrumentos jurídicos para pedir o afastamento de ministros que venham a se tornar réus.
“Quem é investigado pela Operação Lava Jato não pode ser ministro de Estado, sob o risco de ameaçar a chance que o Brasil tem de trilhar melhores rumos. Faço o alerta de que a nomeação de investigados contraria os anseios da sociedade e não deveria ser feita”, disse Lamachia em nota.
“No futuro, se necessário, a Ordem avaliará o uso dos instrumentos jurídicos cabíveis para requerer o afastamento das funções públicas dos ministros que se tornarem réus. Foi com base nesse entendimento que a OAB pediu o afastamento do deputado Eduardo Cunha e do então senador Delcídio do Amaral”, completou.
Na equipe ministerial de Temer, o único investigado na operação é Romero Jucá (Planejamento), mas outros dois ministros foram citados na Lava Jato: Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
Além de Jucá que é senador, os dois últimos passam a ter foro privilegiado e, a partir de agora, podem ser investigados apenas pelo Supremo Tribunal Federal.
No documento, Lamachia observa ainda que o novo governo, alçado ao poder pela via constitucional e não pela via eleitoral, “precisa ser um exemplo ético para poder atender aos anseios da sociedade e validar sua legitimidade”.
E acrescenta que a OAB acredita no sucesso do Brasil, por isso, “cobrará que, diferentemente do anunciado, o novo ministério não seja composto por pessoas sobre as quais pesem dúvidas”.
Ainda na nota, Lamachia defende que todos cidadãos têm direito à ampla defesa e ao devido processo legal, mas acredita que a equipe de ministros precisa estar acima de qualquer suspeita.
FONTE: Agência Brasil

sábado, 7 de maio de 2016

NOME SOCIAL

Dilma assina decreto que autoriza uso de nome social no serviço público
Pelo decreto, travestis e transsexuais vão poder usufruir de toda a máquina governamental, inclusive as políticas públicas de inclusão social, sendo tratadas pela identidade de gênero que a representam. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Pelo decreto, travestis e transsexuais terão acesso a políticas públicas de inclusão social, sendo tratadas pela identidade de gênero que as representam. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff assinou, nesta quinta-feira (28), no Palácio do Planalto, decreto que permite o uso do nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Na prática, explica o secretário de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, Rogério Sottili, as pessoas vão poder usufruir de toda a máquina governamental, inclusive a políticas públicas de inclusão social, sendo tratadas pela identidade de gênero que as representam.
“É um reconhecimento, é tirar da invisibilidade, é uma forma de enfrentar a violência e a exclusão dessas pessoas às políticas públicas. (…) Portanto, uma pessoa que nasceu João e hoje é Maria, quando ela for ser atendida pelo SUS, será chamada de Maria porque no seu crachá tem o seu nome social Maria, e não João”, disse Sottili.
Segundo Tathiane Araújo, presidenta da Rede Trans, é a primeira vez que o governo brasileiro reconhece a cidadania dos travestis e transexuais. “A pessoa construiu uma identidade que condiz não com o seu sexo biológico, e sim, como ela se apresenta para a sociedade. Então, é um documento de extrema importância que vem reconhecer pela primeira vez, de fato, pela chefe de Estado brasileiro, a cidadania dessa população”.
Para a presidenta do Conselho Nacional e Combate à Discriminação LGBT, Roselaine Dias, o decreto é a “real possibilidade de que pessoas travestis e transexuais saiam do processo de exclusão da educação, do trabalho, da vida social, cultural, e irem para um espaço de revelação de cidadania no Brasil. Esse é o momento”.
Impeachment
Os representantes dos movimentos presentes na reunião também mostraram apoio à presidenta Dilma em relação ao processo de impeachment contra ela em curso no Congresso Nacional.
Para Thatiane, foi durante os governos Lula e Dilma que o Brasil teve os avanços sociais mais significativos. “Foi o governo que visualizou uma população excluída e escutou as suas demandas como hoje foi feito. Por mais que a gente precise avançar mais, a gente tem ciência disso, não pode haver retrocesso”.
Já Lam Matos, presidente do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade, fica receoso com o futuro instável que o processo de impeachment traz. “A gente não quer andar para trás, a gente quer sempre avançar. E pensar nessa possibilidade [do impeachment] nos deixa muito assustados, mas não nos enfraquece com a ideia de apoiarmos a presidenta e apoiarmos a democracia acima de tudo. Isso faz com que a gente se una e se fortaleça enquanto movimento social, num grito a favor da democracia”.
Fonte: Palácio do Plananto

STF DECIDE: Concessão de pensão por morte não exige reconhecimento judicial de união estável

1ª Turma: Concessão de pensão por morte não exige reconhecimento judicial de união estável
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta terça-feira (3), que é possível o reconhecimento de união estável de pessoa casada que esteja comprovadamente separada judicialmente ou de fato, para fins de concessão de pensão por morte, sem necessidade de decisão judicial neste sentido. A decisão se deu no Mandado de Segurança (MS) 33008, no qual a Turma restabeleceu a pensão, em concorrência com a viúva, à companheira de um servidor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) que, embora formalmente casado, vivia em união estável há mais de nove anos.
O relator do MS, ministro Luís Roberto Barroso, já havia concedido, em agosto de 2014, liminar suspendendo acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que considerou ilegal a concessão do benefício devido à ausência de decisão judicial reconhecendo a união estável e a separação de fato. Na sessão desta terça-feira (3), o ministro apresentou voto quanto ao mérito da ação e reiterou os fundamentos apresentados naquela decisão. “O artigo 1.723 do Código Civil prevê que a união estável configura-se pela ‘convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família’”, assinalou. “Trata-se, portanto, de situação de fato que prescinde de reconhecimento judicial para produzir efeitos, tanto que eventual ação terá conteúdo meramente declaratório. Basta, assim, que seja comprovada, no caso concreto, a convivência qualificada”.
Barroso observou que, de acordo com o parágrafo 1º do mesmo dispositivo, não há impedimento ao reconhecimento da união estável se “a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente”. “A separação de fato, por definição, também é situação que não depende de reconhecimento judicial para a sua configuração, tanto que a lei utiliza tal expressão em oposição à separação judicial”, explicou. “Assim, nem mesmo a vigência formal do casamento justifica a exigência feita pelo TCU, pois a própria legislação de regência autoriza o reconhecimento da união estável quando o companheiro está separado de fato do cônjuge”.
O caso
Depois da morte do servidor, em 2002, houve um processo administrativo conduzido pela Unirio, no qual a companheira fez a prova tanto da separação de fato quanto da união estável. A decisão administrativa que determinou o pagamento da pensão a ela e à viúva não foi impugnada. Em 2014, porém, o TCU julgou ilegal a concessão de pensão em favor da companheira porque a união estável não foi reconhecida judicialmente.
Ao conceder a ordem, o ministro Roberto Barroso destacou que, se a prova produzida no processo administrativo é idônea, o que não é questionado, não há como não reconhecer a união estável, e o entendimento do TCU “equivale a tratar a companheira como concubina, apenas pela ausência da separação judicial”. Segundo ele, embora uma decisão judicial pudesse conferir maior segurança jurídica, “não se deve obrigar alguém a ir ao Judiciário desnecessariamente”, sem amparo legal. “O companheiro já enfrenta uma série de obstáculos inerentes à informalidade de sua situação, pois deve produzir prova da união estável a cada vez e perante todas as pessoas e instâncias em face das quais pretenda usufruir dos direitos legalmente previstos”, afirmou.
O relator esclareceu ainda que a situação é diferente daquela tratada no Recurso Extraordinário (RE) 397762, no qual a Primeira Turma, em 2008, negou a uma concubina o direito ao rateio à pensão. No caso, tratava-se de uma relação paralela ao casamento.
A decisão foi unânime.
CF/FB
Fonte: STF

INSCRIÇÃO PARA O ENEM

Inscrição no Enem começa segunda-feira (09)

Candidatos terão até dia 20 de maio para se inscrever no exame nacional
Publicado em 07/05/2016, às 07h00
Marcela Nunes vai se inscrever logo nos primeiros dias.  / Foto: Margarida Azevedo/JC Imagem
Marcela Nunes vai se inscrever logo nos primeiros dias.
Foto: Margarida Azevedo/JC Imagem
Começa na próxima segunda-feira (09) um período importante para quem deseja ingressar no ensino público superior no próximo ano. É quando terão início, a partir das 10h, as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), avaliação realizada anualmente pelo Ministério da Educação (MEC). Os interessados em participar do exame, marcado para os dias 5 e 6 de novembro, deverão se inscrever até 23h59 do dia 20 de maio. O procedimento é todo online, no endereço www.enem.inep.gov.br/participante.

As quatro universidades públicas de Pernambuco integram o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa a nota do Enem para preencher as vagas nos seus cursos de graduação. Portanto, se a ideia é estudar nas Federais de Pernambuco (UFPE), Rural (UFRPE) ou do Vale do São Francisco (Univasf) o candidato tem que se submeter ao exame. O mesmo acontece com a estadual, a Universidade de Pernambuco (UPE), e com os Institutos Federais de Pernambuco (IFPE) e do Sertão Pernambucano (IF-Sertão).

A inscrição no Enem vai custar R$ 68. Uma das novidades é que o pagamento pode ser feito até o dia 25 de maio em qualquer agência bancária, casas lotéricas ou nos Correios (até o ano passado apenas o Banco do Brasil aceitava a taxa). Recebem gratuidade alunos de escolas públicas que vão concluir o ensino médio este ano e estudantes que se declararem carentes. Vale lembrar que o participante que em 2015 teve gratuidade e faltou um dos dias de prova não terá direito ao benefício este ano. A exceção é se ele tiver justificado a ausência ao MEC.
"Será a terceira vez que participo do Enem. Pretendo me inscrever logo nos primeiros dias para não correr risco de alguma coisa não dar certo. Estou estudando bastante, na escola e no cursinho de redação”, afirma a estudante Marcela Nunes, 17 anos, fera de jornalismo e concluinte do Colégio Santa Maria.

Candidatos que precisarem de atendimento especializado ou específico devem informar, no ato da inscrição, a condição que motiva a solicitação. Devem também enviar, para o site do Inep, documentos médicos que comprovem a necessidade. Já o participante travesti ou transexual que desejar atendimento pelo nome social poderá solicitá-lo na página do participante entre os dias 1° e 8 de junho.

SIMULADO

Hoje e amanhã o MEC vai disponibilizar novamente o simulado online do Enem aplicado no último fim de semana. Diferentemente do que foi anunciado antes, a prova estará aberta a qualquer participante e não apenas aos concluintes do ensino médio. É só acessar a plataforma A Hora do Enem (tvescola.mec.gov.br/hora-do-enem). O teste poderá ser respondido até 20h de amanhã. Haverá 60 questões que já apareceram em edições anteriores do Enem e 20 aplicadas pela primeira vez no simulado do fim de semana.

Fonte: Jornal do Comércio

PREFEITO MUÇULMANO

Sadiq Khan, prefeito muçulmano de Londres: a esperança venceu o medo

Ao tomar posse, ele ressaltou o voto a favor da esperança e da unidade

 
    

 postado em 07/05/2016 10:28
 France Presse
Sadiq Khan foi eleito com 57% dos votos para a prefeitura de Londres
 
O novo prefeito de Londres, Sadiq Khan, primeiro muçulmano à frente de uma grande capital no Ocidente, agradeceu um voto de esperança e a favor da unidade, após uma campanha na qual foi acusado de afinidade com os islamitas.

Khan, de 45 anos, filho de um motorista de ônibus paquistanês, superou com 57% dos votos seu principal rival, o conservador multimilionário Zac Goldsmith, de 41, casado com uma Rotschild.

"Esta eleição não careceu de polêmicas, e estou orgulhoso de ver como Londres elegeu hoje a esperança sobre o medo, a unidade sobre a divisão", declarou Khan após o anúncio dos resultados, na City Hall, a prefeitura da capital.

"O medo não nos dá mais segurança, nos torna mais fracos", acrescentou.

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Khan foi duramente atacado durante a campanha pelo campo conservador, incluindo o primeiro-ministro, David Cameron, que o acusaram inclusive ante o Parlamento de vínculos com os extremistas islamitas.

Mas esta estratégia se revelou improdutiva. "Isso demonstra uma absoluta falta de compreensão da mistura de religiões que existe em Londres", opinou Andrew Boff, um responsável conservador, que criticou esta "campanha chocante".

Histórico

Khan, deputado de Tooting, um bairro popular do sul de Londres, sucede o excêntrico conservador Boris Johnson, que acredita-se que queira chegar a Downing Street.

Ex-ministro, ex-advogado e pai de duas meninas, Khan prometeu responder aos problemas mais graves da capital, cuja população aumentou em 900.000 habitantes em oito anos, alcançando 8,6 milhões. Entre estes problemas figuram os alugueis inacessíveis, os transportes saturados e a poluição.

Sua eleição, segundo o especialista Tony Travers, da London School of Economics (LSE), é um "sinal notável do cosmopolitismo" de Londres, "cidade mundial" onde 30% da população não é branca.

A vitória histórica de Sadiq Khan "ilustra a face tolerante de Londres", afirma o Financial Times. "Londres elegeu um prefeito muçulmano, o que é uma vitória notável sobre as tensões raciais e religiosas que afundam na instabilidade as demais capitais europeias", destaca.

Em Tooting, o anúncio de sua vitória provocou reações entusiasmadas.

Em um dos restaurantes favoritos de Khan, o Lahore Karahi, em seu bairro de Tooting, a alegria era evidente. "Estamos tão felizes e orgulhosos", disse à AFP Malik Ahmed, um trabalhador, para quem Khan "é um homem muito bom e ajudou muita gente". "Se você tem um problema só precisa enviar um e-mail a ele", acrescentou.

No exterior, a notícia de sua eleição ocupava a primeira página dos jornais paquistaneses. Vários prefeitos de grandes cidades felicitaram Khan, e expressaram o desejo de trabalhar com ele.
Fonte: Correio Braziliense

O PODER DO JUDICIÁRIO

A incompetência política gera a ação do Judiciário

A decisão do Supremo deve servir de estímulo aos próprios políticos para afastar os maus das esferas de Poder

00:00 · 07.05.2016 por Edison Silva - Editor de Política
Para o ministro Ricardo Lewandowski, a decisão do afastamento de Eduardo Cunha foi "extremamente comedida" ( FOTO: FABIANE DE PAULA )
Os verdadeiros políticos brasileiros, não temos dúvida, ficaram deveras constrangidos com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), da última quinta-feira, confirmando o afastamento do deputado federal Eduardo Cunha do exercício do mandato e da presidência da Câmara Federal. A suspensão do mandato daquele parlamentar foi toda merecedora de aplausos. O constrangimento, porém, é por sentirem o quanto são incompetentes para solucionarem os problemas da própria classe política, da existência no seu meio de figuras abjetas, e por isso repudiados pela sociedade a que se propuseram servir.
Eduardo Cunha é, por certo, o mais execrado político nacional nos dias atuais, como Paulo Maluf foi, e continua sendo, embora agora com menos intensidade. Mas não são os únicos, sabemos todos. Ambos, Cunha, Maluf e os demais, por desonrarem a política, na sua expressão mais nobre, já não deveriam estar no Parlamento nacional, tivessem os integrantes daquela Casa o devido respeito à nobre função legislativa e a si próprios. O corporativismo, a leniência e o deixa pra lá, esperando que o Judiciário os defenestre, só contribuem para nivelá-los por baixo, consolidando o desmoronamento de dois dos três pilares do Poder no País, aqui recentemente observado.
O ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF, o último a proferir o seu voto afastando Cunha, disse que a medida foi "extremamente comedida". Para Lewandowski, o ministro Teori Zavascki, relator da ação proposta pelo chefe da Procuradoria da República, Rodrigo Janot, poderia ter mandado prender preventivamente o Eduardo Cunha, "baseado num robustíssimo contexto fático-probatório", referindo-se às informações acostadas ao processo, nascido ainda em dezembro do ano passado, imediatamente após a descoberta dos malfeitos de Cunha para enriquecer ilicitamente com recursos surrupiados da Petrobras.
A decisão do Supremo Tribunal Federal, inédita, por várias razões, além dos aplausos recebidos, terá resultados mais profícuos se servir de estímulo aos brasileiros irresignados, do tipo daquele estudante citado pelo ministro Luís Roberto Barroso, no julgamento de Cunha, de não estar interessado em morar em outro País, mas num outro Brasil, para, no exercício da ampla cidadania, reclamar a cassação do mandato de Eduardo Cunha, como o Senado, mesmo com todos os pecados da Câmara, está agindo em relação ao senador Delcídio do Amaral, apanhado em prática não recomendável para qualquer pessoa de bem, não só por tentar dificultar a ação da Justiça, mas por envolver recursos escusos.
A Justiça, embora façamos restrições a incursões suas na seara política, se nos apresenta, no momento, como a salvadora. Fizemos tal afirmação em dezembro passado, e o momento comporta a repetição, exatamente pela flagrante incompetência da maioria dos políticos brasileiros de encontrarem as soluções para os problemas eminentemente políticos.
Fim de uma era
A presidente Dilma Rousseff, na quinta-feira próxima, quando será comunicada oficialmente da decisão do dia anterior, estará afastada do comando da Nação. Ela ficará suspensa, por até 180 dias, tempo de duração máxima estabelecido para o processo real de impeachment tramitar do Senado da República. A decisão dos senadores pode sair em um menor espaço de tempo. E como na última sexta-feira, quando a comissão especial de 21 senadores decidiu dar curso à ação de impedimento, no dia 11 o plenário do Senado, concordando com aquele resultado, no dia seguinte, oficialmente, ela será informada de que terá de deixar o Palácio do Planalto para esperar, sem função executiva, a decisão final.
Tudo leva a crer que Dilma perderá o mandato. Como Itamar Franco, vice do ex-presidente Fernando Collor, Michel Temer, o vice de Dilma, assumirá, em definitivo, a Presidência da República. É o fim da era do PT. O Governo Dilma e os escândalos do Mensalão e do Petrolão deixaram o partido na lona e fragilizaram ao máximo a sua principal liderança, o ex-presidente Lula.
O resultado da votação na Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril, quando foi aprovada a autorização para a abertura do processo de impeachment dá bem uma demonstração da falta de apoio parlamentar, elemento imprescindível para a sustentação de qualquer Governo. E se faltou na Câmara, no Senado não será diferente.
Fonte: Diário do Nordeste

QUEDA E...

Após afastamento, aliados temem prisão de 

Eduardo Cunha

Os interlocutores recordaram a Cunha o caso do senador Delcídio Amaral

Aliados de Eduardo Cunha (PMDB) aconselharam ao presidente afastado da Câmara que ele suavize o seu estilo, pois temem que, se ele continuar articulando manobras no conselho de ética para retardar a tramitação do pedido de cassação do seu mandato, o Supremo Tribunal Federal possa decretar sua prisão preventiva.
Os interlocutores recordaram a Cunha o caso do senador Delcídio Amaral. Preso sob a acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Delcídio foi mencionado para realçar a seguinte percepção: hoje, o mandato parlamentar já não é um escudo intransponível.
No entanto, uma ala dos cunhistas defende que ele conserve a trincheira aberta. Outra aconselha-o a renunciar à Presidência da Câmara em troca de um acordo suprapartidário que lhe assegure a manutenção do mandato.
Brasil 247
Fonte: Wscom