domingo, 15 de maio de 2016

TEMENDO

Usuários do Bolsa Família estão inquietos com próximos passos de Temer

O programa terá de sobreviver em um ministério formado por detratores do subsídio

Faz cinco meses que Bartolomeu Brito Franca, um operário desempregado de 45 anos, vive do salário de 1.000 reais de sua mulher. O casal tem uma filha de quatro anos e vive em uma casa de tijolos em Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, que fica a mais de uma hora de ônibus do centro da cidade. A família é uma das 13 milhões de beneficiárias do Bolsa Família, um programa que oferece de 77 a336 reais aos mais pobres em troca de que suas crianças estejam matriculadas na escola. Em números absolutos, 47 milhões de pessoas, ou cerca de 25% da população brasileira, se beneficiam do programa. Há três anos Bartolomeu recebe 112 reais por mês, uma quantia que não resolve seus problemas financeiros, mas paga os sapatos e as roupas da pequena Beatriz.

Faz cinco meses que Bartolomeu Brito Franca, um operário desempregado de 45 anos, vive do salário de 1.000 reais de sua mulher. O casal tem uma filha de quatro anos e vive em uma casa de tijolos em Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, que fica a mais de uma hora de ônibus do centro da cidade. A família é uma das 13 milhões de beneficiárias do Bolsa Família, um programa que oferece de 77 a336 reais aos mais pobres em troca de que suas crianças estejam matriculadas na escola. Em números absolutos, 47 milhões de pessoas, ou cerca de 25% da população brasileira, se beneficiam do programa. Há três anos Bartolomeu recebe 112 reais por mês, uma quantia que não resolve seus problemas financeiros, mas paga os sapatos e as roupas da pequena Beatriz.

Eleitor do Partido dos Trabalhadores (PT), a sigla de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, que tirou mais de 30 milhões de brasileiros da pobreza – com ajuda, entre outras coisas, do Bolsa Família – Bartolomeu agora teme perder seu benefício: “Sem esse dinheiro passaríamos por ainda mais dificuldades”.
Em São Paulo, a capital econômica do país e segundo Estado em número de beneficiários depois da Bahia, o Bolsa Família funciona mais como um complemento de renda. Mas na região Nordeste –muito mais deprimida e rural– o programa é responsável por trazer um prato de comida à mesa, que antes do benefício custava a chegar. A realidade no nicho eleitoral do PT é que, apesar das possíveis fraudes, há famílias que passam fome, vivem em casas de barro construídas em terrenos baldios em regiões isoladas do sertão, e seu único sustento é o Bolsa Família.
Na periferia paulistana ele também tirou gente do aperto. “O programa chegou num momento muito difícil da minha vida, quando eu não tinha um real para comprar pão”, lembra Valéria da Silva, eleitora do PT, mãe de três filhas com idades entre 16 e 27 anos e uma das primeiras beneficiárias desde 2003. “Foi um presente, eu valorizo muito e sou muito grata por isso. Minha situação melhorou ao longo dos anos, mas ainda assim eu preciso”, completa a educadora, que dá seus 112 reais para a filha mais nova.
Vilma Gomes, mãe solteira de uma menina de 12 anos, reduz seu discurso a algumas frases que de alguma forma refletem a sensação de seus vizinhos: “Já votei muito no PT e não confio mais neles. Para nós, Temer é mais um, para os pobres nunca muda nada”.
Fonte: El País

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