A DIÁSPORA DA DESESPERANÇA
Acabou-se
a senzala do quartinho de empregada, onde essas trabalhadoras, muitas vezes,
cumpriam jornadas desumanas que superavam 16 horas de trabalho/dia – sem
direito a hora-extra. Não mais
O título acima, o
devido crédito seja dado, peguei emprestado do artigo de Clóvis Rossi na Folha
da última quinta-feira, 28.03.2013. Rossi era um grande jornalista – eu o
chamava de "mestre" –, mas começou a esculachar o Lula de tal maneira
que caiu em desgraça. Mas isso é passado. Talvez ainda seja um grande
jornalista, um tanto amargurado pelo ceticismo dos anos FHC, talvez. Mas como
disse, isso pertence ao passado.
Passado também o
tempo em que brasileiros desesperançados e desalentados deixavam o país em
busca de esperança e oportunidades em outras plagas. Lembram-se desses tempos?
Tempos em que jovens
oriundos da classe média, que sequer arrumavam a cama ao se levantar pela manhã
em suas casas, emigraram para limpar pratos e privadas no exterior.
Hoje poderão, se
assim desejarem, trabalhar como empregados domésticos aqui mesmo no Brasil,
pois esse trabalho está sendo finalmente regulamentado – apesar de sobrarem
vagas para engenheiros, professores e cientistas, por exemplo. Um empregado
doméstico, aqui no Brasil, poderá ganhar tão bem quanto nos EUA. Acabou-se a
senzala do quartinho de empregada, onde essas trabalhadoras, muitas vezes,
cumpriam jornadas desumanas que superavam 16 horas de trabalho/dia – sem
direito a hora-extra. Não mais.
Um amigo dos tempos
de poesia marginal, que vive em Lisboa há mais de 15 anos, me passa e-mail
perguntando/sondando como estão as coisas aqui no Brasil, pois lá a coisa tá
ficando feia. Deseja voltar. É muito bem-vindo! E será bem recebido.
O meu amigo e todos
os brasileiros, que por força das circunstâncias se viram obrigados a deixar a
sua terra natal encontrarão, quando retornarem, outro Brasil. Um país com uma
das menores taxas de desemprego de que se tem notícia e, portanto, muitas
oportunidades de trabalho, emprego e renda.
O governo brasileiro acaba de criar um portal para
brasileiros como o meu amigo, que pretendem voltar ou estão retornando para o
Brasil – chama-se Portal do Retorno.
O curioso, mas isso
eu me esqueci de contar ao meu amigo, é que as pessoas que levaram o país
àquela situação de "pré-insolvência" da década de 1990, que jogaram
milhões de brasileiros nessa infame "diáspora da desesperança", agora
se apresentam, na maior "cara de pau", como "o novo" e
dizem que podem fazer mais pelo Brasil e pelos brasileiros.
Acredite se quiser.
Brasil 247
Lula Miranda
c/adaptações
e-mail:
silvaaroldo2007@ig.com.br
@aroldorenovato
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