Irrigação será suspensa na área de Boqueirão
De acordo com simulações feitas pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), se o volume do manancial continuar caindo e chegar a menos de 50% da capacidade total, a irrigação poderá ser suspensa na região
Até o fim da próxima semana, haverá suspensão da
irrigação na área do Açude Epitácio Pessoa, localizado no município de
Boqueirão, na região de Campina Grande. A informação foi confirmada pelo
diretor do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), Solon Diniz.
Segundo ele, os agricultores já foram informados e o Dnocs só está aguardando a
colheita dos produtos que já foram plantados para suspender.
De acordo com o diretor, mesmo sendo necessária a
suspensão da irrigação por causa da seca, esta não é a principal causa de
consumo da água do “Boqueirão”. “De acordo com as nossas projeções, se
continuar sem controle da água e sem chuvas, a água de Boqueirão só vai até
outubro de 2014. Com a suspensão da irrigação, esse prazo poderia se estender
até dezembro do mesmo ano”, disse.
Conforme o Dnocs, o maior volume de água se perde pelos
efeitos do tempo seco, através da evaporação. Por dia, são evaporados 170 mil
m³ de água do Epitácio Pessoa, seguidos de 135 m³ utilizados diariamente pela
irrigação e 95 mil m³ pelo consumo humano. Atualmente, o manancial chega a
perder cerca de 400 mil m³ de água, principalmente pelas altas temperaturas que
variam em torno de 30°.
Desde a última medição realizada na manhã de ontem,
Boqueirão estava com 54,7% de sua capacidade total de 411.686.287 m³. O diretor
explicou que, a partir do momento da suspensão, os agricultores não poderão
mais utilizar a água do Boqueirão para a irrigação, conhecida como
“superficial”, um método que consiste em aplicar a água sobre a superfície do
solo na forma de inundação permanente ou temporária. Dessa forma, o solo pode
ser preparado no formato de tabuleiros ou sulcos.
Para “puxar” a água do Boqueirão, os agricultores
utilizam bombas d’água para irrigar as plantações de verduras, frutas, milho e
feijão. A última suspensão da irrigação aconteceu em 1998, com a fiscalização
de muitos órgãos públicos, inclusive o Ministério Público. Segundo o diretor do
Dnocs, no próximo dia 22, será realizada uma reunião com vários órgãos, que
discutirão a situação do manancial.
17 AÇUDES EM ESTADO
CRÍTICO
Subiu de 12 para 17 os açudes que estão em estado crítico
na Paraíba, de acordo com os dados repassados pela Agência Executiva de Águas
do Estado da Paraíba (Aesa). Isso significa que estes mananciais estão com seu
volume total menor do que 5%. O último a entrar em estado crítico foi o
Chupadouro I, localizado no município de São João do Rio do Peixe, no Sertão
paraibano, que está com 1,1% de sua capacidade total desde o dia 06 deste mês.
Além do Chupadouro I, também estão com volume baixo o
açude de Albino, na Imaculada; Bastiana e São Francisco II, em Teixeira;
Bichinho, em Barra de São Miguel; Cachoeira da Vaca, em Cachoeira dos Índios;
Caraibeiras, Picuí; Carneiro, Jericó; Novo II, Tavares; Ouro Velho, no município
de mesmo nome; Prata II, em Prata; Serra Branca I, em Serra Branca; Serrote,
Monteiro; São José III, em São José dos Cordeiros; São José IV, em São José do
Sabugi; São Mamede, na cidade de mesmo nome, e Várzea, também no município de
mesmo nome; todos localizados no Sertão ou Cariri/Curimataú paraibano.
Portal Taperoá
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