quinta-feira, 13 de junho de 2013

SITUAÇÃO DO AÇUDE DE BOQUEIRÃO PREOCUPA AUTORIDADES


CIDADES

Matéria do Jornal da Paraíba

Boqueirão no limite

Dados do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas mostram que Boqueirão está com 49,22% de sua capacidade total.



Leonardo Silva
Chuvas que caíram recentemente não foram suficientes para abastecer o manancial

Sem racionar o abastecimento de água dos 20 municípios atendidos pelo açude Epitácio Pessoa “Boqueirão” neste período de estiagem, a capacidade do reservatório segue operando no limite, segundo dados técnicos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dncos). De acordo com a última variável divulgada ontem, o açude está com 49,22% de sua capacidade total, uma vez que as últimas chuvas registradas no Estado não foram suficientes para o manancial receber água.
Além da capacidade do reservatório estar abaixo da metade do seu volume total, o nível de perda de água se mantém em um centímetro da lâmina de água por dia, uma vez que além do abastecimento às cidades do Compartimento da Borborema e a evaporação natural da água, o local ainda conta com a manutenção de irrigações às margens do açude, uma vez que esta prática ainda não foi totalmente proibida pela Agência Nacional das Águas (Ana). Segundo Solón Diniz, superintendente do Dnocs, na próxima semana será apresentada uma nova proposta para diminuir o consumo desse serviço.
“O Dnocs e a Agência Nacional da Águas estão finalizando um estudo que será apresentado uma nova proposta para que possamos equacionar esse expediente do uso da água para a irrigação. Gradativamente a irrigação tem diminuído, mas nos reunimos em Brasília e em Fortaleza para traçar todas as medidas para uma nova proposta, uma vez que sem a chuva fica difícil manter o abastecimento dos municípios, além da irrigação”, explicou Solón Diniz.
Sobre a possibilidade de iniciar racionamento nos municípios atendidos pelo açude, entre eles Campina Grande, o superintendente disse que ainda não há condições de estabelecer uma meta para que essa decisão seja tomada. De acordo com Solón, o resultado desses estudos é que irá apontar o próximo passo sobre a irrigação. Já a hipótese de racionamento ainda não foi levantada pela Agência Nacional das Águas. “O racionamento ainda será debatido. Esta é a última consequência, ainda não trabalhamos com ela”, acrescentou.
Em relação à situação atual dos agricultores que permanecem utilizando a água do açude em plantações, Jocobino Moura, responsável pela administração do Dnocs em Boqueirão, disse que mais da metade dos trabalhadores já não estão mais desenvolvendo suas atividades. “Mais de 60% dos agricultores já realizou colheita, e só permanecem quem ainda está prestes a colher. Esse novo estudo irá apontar o que fazer, mas só irá melhorar a situação se chover”, disse.

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