Oposição
começa a recolher assinaturas para 'CPI da Rosemary'
A oposição começou nesta terça-feira (4) a recolher assinaturas para tentar
instalar CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado para investigar o
esquema de venda de pareceres e tráfico de influência desmontado pela Operação
Porto Seguro, da Polícia Federal. São necessárias assinaturas de 27 senadores
para que a CPI seja criada. A oposição soma apenas 15 senadores, mas a
expectativa de parlamentares do DEM e PSDB é conseguir o apoio de governistas
da chamada ala "independente" do Senado.
"Sabemos
que teremos dificuldades para conseguir 27 assinaturas. O governo entra em
pânico quando vê a possibilidade da Rosemary Noronha [ex-chefe do gabinete da
Presidência em São Paulo] falar no Congresso. Mas o objetivo é mostrar quem
está de um lado, quem está do outro", disse o líder do PSDB no Senado,
Álvaro Dias (PR). Apesar
de integrar a base de apoio da presidente Dilma Rousseff, o senador Pedro
Taques (PDT-MT) disse que vai assinar o pedido de CPI. "Eu assino pedidos
de criação de CPI porque é obrigação do Congresso investigar denúncias",
afirmou. Para que a CPI seja instalada no Senado, a oposição precisa reunir
assinaturas de 27 senadores favoráveis à comissão. Depois, o pedido de criação
da CPI precisa ser lido pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em
sessão do plenário.
Com
o Congresso às vésperas de entrar em recesso parlamentar, a CPI corre o risco
de ser instalada somente no ano que vem - a não ser que Sarney, aliado da
presidente Dilma Rousseff, faça a leitura do requerimento antes do início do
recesso, que começa dia 23 de dezembro. O regimento da Casa permite que a CPI
funcione durante o período de recesso parlamentar. A
ordem entre os governistas é evitar que a comissão seja instalada para
preservar o ex-presidente Lula - uma vez que Rosemary Noronha, ex-chefe da
gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, seria o alvo
da comissão. Reportagem da Folha deste sábado mostra que a relação de Rose com
Lula explica a influência da ex-assessora. Eles se conheceram em 1993.
Se a
CPI for instalada, ela terá como objetivo investigar os desdobramentos da
Operação Porto Seguro, da PF, que flagrou um esquema corrupção e tráfico de
influência com participação de diretores de agências reguladoras, da ex-chefe
do escritório da Presidência da República em São Paulo e de outros funcionários
do governo federal. Todos os envolvidos foram exonerados ou afastados dos
cargos.
Folhauol
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