sexta-feira, 23 de agosto de 2013

LIXO GERA RENDA

Mais de 10 mil pessoas sobrevivem do lixo na Paraíba

Catadores trabalham 10 horas por dia, ajudam a preservar o meio ambiente, mas são invisíveis à sociedade

(Foto Reprodução)
(Foto Reprodução)
O que ninguém quer e a população descarta vira matéria-prima na mão deles. São os catadores de lixo, que trabalham até 10 horas por dia, mas ganham em média R$ 391,93, a pior renda do Nordeste. A Paraíba tem 10.445 pessoas que vivem de produtos recicláveis, segundo a pesquisa Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável, divulgada ontem, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em parceria com a Secretaria Geral da Presidência da República (SG/PR) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O estudo utilizou dados disponíveis no Censo Demográfico de 2010, a partir de seis temas: demografia; trabalho e renda; previdência; educação; acesso a serviços públicos; e inclusão digital. No Brasil, 387.910 pessoas exercem a atividade de catação de material reciclável como atividade remunerada principal.
Segundo a pesquisa, quase a metade (49,9%) dos catadores paraibanos estão na faixa etária entre 30 e 49 anos. Um dado preocupante: 4,2% têm menos de 17 anos, portanto não atingiu a idade adulta. Essa já foi a realidade de José Caetano da Silva Neto. Ele tem hoje 32 anos, mas lembra que começou a catar lixo aos 10 anos, acompanhando o pai e os irmãos no antigo Lixão do Róger. Caetano confirma que muita gente ainda discrimina o trabalho dos catadores, considerados ‘invisíveis’ para a sociedade, mas o segredo é ser indiferente. “Quando alguém nos trata mal, eu procuro nem me importar. Mas, também tem muita gente que gosta de mim. Fiz muitas amizades nos locais de coleta”, conta.
Com os R$ 400 que ganha trabalhando no Núcleo de Coleta Seletiva, no bairro Treze de Maio, na Capital, Ronaldo José Dias, 41, sustenta mulher e dois filhos: “A mulher cuida da casa e eu venho para cá. É duro, mas fazer o quê?”. Ronaldo já trabalhou como borracheiro na juventude, mas, o lixo apareceu no seu destino há 15 anos. Se tivesse uma oportunidade, eu procurava outro trabalho. Mas, nessa idade…”.
Do  Portal Correio da Paraíba
Brejo.com

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