terça-feira, 15 de abril de 2014

GOL CONTRA

PF identifica fraude em construção de hotel na Paraíba para a Copa do Mundo


Empreendimento captou cerca de R$ 7 milhões do FNE, uma linha de crédito criada para atividades de apoio à Copa do Mundo.

A Polícia Federal (PF) cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira (15), relacionados à construção de um hotel em João Pessoa, na Paraíba. O empreendimento captou cerca de R$ 7 milhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), do Banco do Nordeste, uma linha de crédito criada para atividades de apoio à Copa do Mundo de 2014. A PF ainda não conseguiu medir o tamanho da fraude.

A PF tem convicção de que houve fraude no caso. “Temos convicção absoluta”, confirmou o delegado responsável pelas investigações, Leonardo Paiva. Segundo ele, os recursos deveriam ter sido aplicados na construção de um hotel na Capital paraibana, mas seu uso foi comprovado com notas fiscais falsas. “Cumprimos ordens judiciais de busca e apreensão na casa dos investigados e no estabelecimento comercial para tentar identificar provas que mostrassem como se deu a fraude”, complementou.

A operação deflagrada nesta terça-feira recebeu o nome de "Gol Contra". A suspeita de fraude surgiu em fiscalização de rotina da Controladoria Geral da União, e os mandados executados pela PF encontraram notas fiscais frias e R$ 130 mil em espécie. Computadores e documentos foram apreendidos para análise.
“Já sabemos que um empresário de Brasília está à frente do esquema. Resta saber se o sócio dele também fez parte e se os funcionários do Banco do Nordeste do Brasil foram negligentes ou se participaram”, afirmou Leonardo Paiva.

Essa análise é o próximo passo na investigação. Computadores e documentos passarão por averiguação da perícia da PF, e esse processo pode levar de 60 a 90 dias. Até aqui, quatro pessoas estão sendo investigadas.
“Muitos valores foram objetos de notas frias, superfaturamento e aquisições com valor abaixo do que deveria ter sido feito. Para obter um financiamento, eu apresento um projeto e digo que preciso de R$ 1 milhão para um sistema de ar condicionado. O banco me dá R$ 1 milhão, mas eu vou lá e compro por R$ 200 mil. Para onde vão os outros R$ 800 mil?", questionou o delegado da Polícia Federal.

As quatro pessoas que estão sendo investigadas ainda darão depoimentos à Polícia Federal. Se o crime contra o sistema financeiro nacional for confirmado, elas podem ser indiciadas e pegar até oito anos de reclusão.
Da Redação com UOL
WSCOM Online

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