domingo, 24 de julho de 2016

A DECADÊNCIA DO ALGODÃO

ALGODÃO JÁ FOI PRINCIPAL ATIVIDADE AGRÍCOLA DA PARAÍBA E HOJE ESTÁ EM QUEDA

Érico Fabres / 24 de julho de 2016
Foto: DIVULGAÇÃO
Pesquisadores e produtores rurais têm desenvolvido projetos de pesquisa que visam solucionar os principais problemas e que podem proporcionar o retorno do algodão como um cultivo agrícola importante para o semiárido.

Entre os principais projetos estão a criação de plantas de algodão resistentes ao bicudo do algodoeiro por meio de transgenia, de uma colheitadeira mecânica adaptada às condições dos pequenos produtores da região e o de cultivares precoces adaptadas à estiagem, afirma o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, Valdinei Sofiatti.

Dois fatores foram os principais responsáveis pela decadência: a praga do inseto, que dizimou colheitas inteiras e acabou com a fertilidade do solo e a seca.

O produto, que já foi a principal atividade agrícola da Paraíba, representando 1,13% da produção nacional, há dois anos viu esse percentual zerar (0,0%).

De 1990 até 2014, a área plantada do algodão passou de quase 36 mil hectares para 47 hectares e a produção caiu de 11,5 mil toneladas para 23 toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Queda meteórica em 20 anos

Em 20 anos, de acordo também com o IBGE, o valor da produção foi de mais de R$ 7 milhões para 46 mil (em 2004 chegou a R$ 22 milhões). De acordo com Valdinei Sofiatti, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, o bicudo do algodoeiro foi o principal responsável pela redução acentuada da área de algodão na Paraíba e em todo o semiárido do nordeste brasileiro. O combate a essa praga tem elevado custo e a aplicação de inseticidas para combatê-la também causa desequilíbrio no sistema e acaba ocasionando o surgimento de outras pragas aumentando ainda mais o custo de produção. Outros fatores também têm contribuído para que o custo de produção aumentasse, sendo que um deles é o encarecimento da mão de obra que ocorreu nos últimos 20 anos. A capina e a colheita manual do algodão amplamente adotadas na região são altamente exigente em mão-de-obra sendo responsáveis pela maior parte do custo com mão-de-obra.

Também estão sendo desenvolvidas pela Embrapa Algodão cultivos com transgenia de baixo custo para resistência a herbicidas visando reduzir a necessidade de mão de obra para capinas.
Fonte: Correio da Paraíba

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